sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Alter do Chão, o Caribe Brasileiro ( Pará - dezembro de 2015

Quando eu falei que iria passar uns dias em Alter do Chão, não lembro de ninguém que não tenha feito aquela cara de “Como??? Onde???”.

Esse distrito da cidade paraense de Santarém, situado às margens do Rio Tapajós e com uma população de menos de 5 mil habitantes é desconhecido por muita gente, inclusive por mim.





Quer dizer.... Era, até eu ter sido apresentada, por fotos,  através de meu irmão e, desde então tê-lo colocado na minha listinha de sonhos a serem realizados.
E finalmente chegou o dia, juntamente com minha ida a Belém .

A ideia inicial era, como fez meu irmão, pegar um daqueles barcos que cruzam os rios da região amazônica, fazendo o percurso Belém/Santarém em uma viagem de dois dias e uma noite, dormindo nas redes, mas com a adesão de crianças à essa viagem, o mais fácil e racional era ir de avião mesmo.

O aeroporto de Santarém fica a 38km do “Caribe Brasileiro”.
Sim, Alter do Chão é conhecido assim e, segundo o jornal inglês The Guardian,  é a mais bonita praia de água doce do mundo.
Concordo com o jornal.
Não conheço o Caribe (quer dizer.... Conheço Cartagena das Índias mas sua praia, apesar de ser no Caribe, não tem a beleza das praias caribenhas vistas em fotos) mas conheço muitas outras praias lindas e confesso que fiquei apaixonada por Alter.

A cidade é pequenininha, simples. Existem muitas pousadas, mas nenhum grande hotel e a oferta de restaurantes não é grande.




Felizmente estivemos lá no meio da semana e o movimento de turistas era muito pouco, portanto, tivemos as praias tranquilas e algumas praticamente somente para nós.

Na verdade, o que me pareceu é que Alter é um daqueles locais que ainda será descoberto. Ainda bem que fui antes dessa descoberta!




A praia principal, em frente à vila, estava seca. Isso, na minha opinião, a faz mais bonita ainda, pois forma um banco de areia visível que na época de rio cheio não dá pra ver. É a Ilha do Amor que, estando na seca, dá pra acessar à pé, dispensando os “catraeiros” com suas indispensáveis canoas na época de cheia.




Alugar uma lancha e fazer os passeios pelas praias próximas é obrigatório.

As mais visitadas são a de Pindobal e Ponta de Pedra.
Uma pra um lado, a outra pro outro, geralmente são feitas em dois dias mas contratamos o Beto para irmos nas duas no mesmo dia.




Em Pindobal, nada mais existe além de barraquinhas à beira do rio, abastecidas por barracas grandes de onde saem bolinhos de piracuí (feitos com farinha de peixe), peixes locais e outras delícias.


Pindobal

O sol estava forte e ficamos um bom tempo ali, curtindo as águas mornas e tranquilas do Tapajós, praticamente sozinhos, fora alguns botos que passaram para nos saudar e peixinhos que nos rodearam.




A areia é branquinha e fina como a de nossas praias do Ceará e dá pra vê-la se estendendo por quilômetros e quilômetros de praias inabitadas.

Depois de um inesquecível tambaqui na brasa, seguimos para a outra praia, a Ponta de Pedras que tem uma infraestrutura menor e, já na volta para Alter, a ordem é parar para ver o por do sol na Ponta do Cururu pois é de lá o melhor local para apreciá-lo e, de quebra, ver mais botos.





Aguardando o por do sol na Ponta do Cururu


O sol desceu lindo, uma bola enorme alaranjada, mas infelizmente, no final, escondeu-se por detrás de nuvens.
Já os botos, apareceram pulando perto da gente. Não muitos, mas deu para curtir com as crianças.

Alter do Chão, como outras cidades daquela região (Óbidos, Alenquer e a própria Santarém) foi assim batizada em homenagem à cidade homônima portuguesa e era habitada pela tribo indígena dos Boraris.

Eu realmente amei Alter e, mesmo com toda a expectativa de conhecer o local, não me decepcionei em nada. Muito pelo contrário.

Acordar cedinho (nem tão cedo assim, pois o sol por lá nasce depois das 6h da manhã) e sair pra treinar, encontrando a cidade ainda dormindo, correndo pela beira do rio, apreciando o sol nascendo, só eu e aquela natureza toda, foi uma experiência que sempre terei na lembrança.


Um dos dias de treino, curtindo a solidão na beleza de Alter

Ao final, enquanto esperávamos nosso voo, ainda fizemos um breve passeio por Santarém, pra ver o porto e o encontro do rio Tapajós com o Amazonas.




https://www.youtube.com/watch?v=MLq06ZLSbus&feature=youtu.be

Um dia de treino no silêncio e beleza de Alter do Chão





Dicas para quem vai:

Hotel: ficamos na Pousada Coração Verde. Local simples, limpo, bem cuidado, a poucos metros da praia principal e que vale principalmente pela gentileza e atenção do César, proprietário.

Saindo do aeroporto: Alter fica a 38km do aeroporto de Santarém e existem ônibus de linha, bem como táxi, que foi o que escolhemos e pelo qual pagamos R$ 100,00 pela viagem.

Passeios:
Praia de Pindobal, Ponta de Pedras e Ponta do Cururu, como já falei, podem ser vistas em um mesmo dia. Contrate uma das lanchas de pessoas da associação, que ficam no calçadão principal. Fomos com o Beto e foi tudo perfeito. O passeio de dia todo, lancha somente para nós, custou R$ 350,00.

Floresta Nacional do Tapajós -  passeio de um dia inteiro. Infelizmente, devido à seca, não nos recomendaram de ir, pois os igarapés estavam secos.

Morro da Piraoca (ou Piroca) – é só atravessar pra Ilha do Amor e fazer uma trilha pra se chegar ao mirante e ter uma bela vista de Alter. Não. Não deixamos de ir por causa do nome hehehe. Foi por causa das crianças, apesar de terem nos dito que a trilha era leve....

Compras: além de lojinhas de artesanato locais, vá na loja Araribá. Muitos artigos produzidos pelas comunidades indígenas e ribeirinhas.

Época para ir: evite a época de chuvas (janeiro a junho) e, acima de tudo evite o fim de semana, quando a vila fica agitada com as pessoas de cidades vizinhas que chegam em busca das praias, perdendo a calma e a tranquilidade.

Mais fotos (minhas e da Marília):




Barraquinhas na praia principal da vila





































Nossa pousada






Loja Araribá



"Do outro lado", olhando pra vila






Atravessando sem a necessidade de barco






Hora do almoço. Tucunaré










Noite em Alter


Dia de treino

Com o nascer do sol


E tudo deserto só pra mim....





Lancha para o passeio



Parada para curtir uma prainha deserta




Chegando a Pindobal







Devoradoras de manga






Um intruso







Tambaqui


Ponta de Pedra




Ponta do Cururu

Estacionamento de lanchas à espera do por do sol



Com meu botinho



Pará

Porto de Santarém





Santarém



Mercado de peixes em Santarém





Encontro do Tapajós (o negro) com o Amazonas



4 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo minha amiga Lia Campos! Parabéns ! Você sabe viver a vida! Nosso País é mesmo fantástico !

José Amâncio

Leila disse...

Lindas fotos! Me deu uma grande saudade! Quero voltar lá, um dia!

lclima disse...

Lia Campos,
Lindíssimo local!!! Coberto com toda a magnitude de uma GRANDE PARAÍSO.
Parabéns pelo documentário.

Éllen Christinne disse...

Tem que participar de uma corrida aqui! 😊